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Sexta-feira, 29 de março de 2024

Política

05/05/2015 10:14:57

Em Corumbiara, presidente do PT fala do petrolão: “Partido não vai acabar”

O padre católico, presidente estadual do PT, ex-prefeito de Alto Alegre de Parecis e ex-deputado federal Mariton Benedito de Holanda, conhecido como Padre Ton, esteve em Corumbiara no feriado da última sexta-feira, 1º de maio, num encontro do partido. 

Após o evento, Padre Ton, que também concorreu ao Governo do Estado em 2014 e foi derrotado, falou com o FOLHA DO SUL ON LINE sobre diversos assuntos e chegou a responder perguntas dolorosas, como a atual imagem pública da legenda na qual milita. Sentado numa cadeira de madeira numa das salas do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadores Rurais de Corumbiara (STTRC), o padre-político-petista mais conhecido de Rondônia concedeu a seguinte entrevista.

 

Como está o PT em nível estadual atualmente?

O PT está bem. Estamos nos 52 municípios de Rondônia, sendo que em 23 deles estamos como comissão provisória, e, no restante, como diretórios. Temos hoje no Estado o total de 6 prefeituras, 6 vice-prefeitos, 52 vereadores e 2 deputados estaduais. Mas, infelizmente, não temos nenhum deputado federal. 

 

E no Cone Sul, como o partido está?

No Cone Sul estamos reunindo a militância. Temos aqui nessa região 6 vereadores e um vice-prefeito. Temos vereadores em Corumbiara, Cabixi e Colorado, por exemplo.

 

Rondônia nunca teve um governador de esquerda. O senhor acha que o Estado perdeu com isso?

É verdade, nunca tivemos um governo nem um governador de esquerda em Rondônia. Só tivemos empresários e grandes latifundiários, entre outros. Acho, sim, que perdemos com isso, pois nunca tivemos uma discussão verdadeiramente social no nosso Estado.

 

O senhor acha que a forma como a mídia nacional trata o PT atualmente atinge o partido aqui no Estado?

Sim, atinge. E é por isso que estamos reunindo o pessoal no Estado todo. A mídia, especialmente a Rede Globo, é muito parcial para com os problemas que concerne ao partido. As pessoas, na maioria, só se informam por meio desses canais de comunicação e informação. Um cidadão que só assiste a Globo, por exemplo, vai criar uma imagem muito negativa do PT. É por isso que reúno a militância: para dar a eles novos canais de informação. Eles precisam de uma pluralidade de canais de informação. Acredito, por exemplo, nas redes sociais. Realmente, o ataque da grande mídia em cima do PT é muito grande.

 

Por quê?

Por dois motivos. Primeiro, porque é o PT e o partido tem pautas que frustram muitos interesses. Segundo é porque o partido já está há 16 anos no poder. E, em qualquer país, um partido que fique muito tempo no governo começa a sofrer ataque da mídia institucionalizada.

 

O PT vai acabar?

Não, o PT não acaba. Ele não acaba porque é um partido de base. Tome, por exemplo, esse encontro. Que partido faz um evento deste, reunindo um monte de gente, fora do período de eleição? E, além disso, esse não é o primeiro ataque que o PT sofre. Em 2005 teve o “mensalão”. E vou dizer: agora, o “petrolão” é menor que o “mensalão”. Sabe por quê? É porque no “mensalão” os principais líderes fundadores do partido foram atingidos. Até o José Dirceu, que veio aqui em Corumbiara, foi atingido no “mensalão”. Agora não. O caso da Petrobrás é bem menor. E esse também não é o pior ataque que o PT sofre por outro motivo. O pior ataque ao nosso partido é quando mata um de nós. Lembra-se do assassinato do vereador Nelinho, aqui em Corumbiara, em 1995? Quer pior ataque ao PT do que quando se mata um homem desse? E nem por tudo isso o PT acabou. Agora, encerro dizendo uma coisa. Essa crise serve para nós, petistas, como um alerta. Será que não temos que mudar muita coisa? Por exemplo: os nossos eleitos não leem, não se envolvem com o partido. Tem militante que lê mais e se informa mais que petista eleito para cargo público. É hora de parar e repensar o que estamos fazendo. Os nossos filiados precisam ler mais, repito, precisam ler mais.

 

O que o senhor planeja para a próxima eleição?

Não sei ainda. Estamos conversando dentro do PT. Há duas alternativas à frente, proposta pelo meu partido, que é de eu ser candidato a prefeito de Alto Alegre dos Parecis ou de Rolim de Moura. Preciso decidir isso até setembro. Mas, adiantando mais a tua pergunta, acho que não devemos lançar candidato a governo em 2018, a não ser que tenhamos, até lá, um nome forte no partido. Acho melhor focar nos municípios e nas atividades parlamentares estaduais e fortalecer as lideranças de base.

 





Fonte: FS
Autor: Rildo Costa

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