Temor de confronto entre evangélicos e GLBTs cancela casamento gay em Vilhena
Noivas resolveram transferir cerimônia para Juína
As duas mulheres que se casariam no civil em Vilhena, no dia 20 de dezembro, anunciaram em primeira mão ao FOLHA DO SUL ON LINE, na manhã desta quarta-feira, 25 o cancelamento da cerimônia. De acordo com as duas, o enlace gay está mantido, e vai aconteceu na mesma data, porém, na cidade de Juína (MT).
Conforme explicou, por telefone, a vendedora Vanuza Marinalva de Lima, 23 anos, uma das noivas, a mudança de local foi decidida pelas duas a fim de evitar tumultos em Vilhena. Evangélicos e militantes GLBT estavam organizando caravanas de protesto e apoio ao evento. A montadora de móveis Alfa Dyheniffer Scheneider, 29, a outra nubente, confirmou a informação da futura companheira.
Vanuza, cujo pai é pastor de uma igreja evangélica em Juína, disse que o religioso chegou a vir a Vilhena, onde levantou a ficha de Alfa na polícia, a fim de dissuadi-la da união homoafetiva. “Mas ele não encontrou nada”, revela.
A matogrossense diz que a mãe, que assim como o pai, também é contra seu matrimônio com outra mulher, chegou a propor que ela fosse morar com um tio nos Estados Unidos. “Mas eu vou continuar aqui, já até arranjei emprego para a Alfa numa outra loja da cidade”.
O próprio pastor, segundo a filha, está mantendo a organização do protesto, que reunirá cristãos da denominação que comanda. Alfa, que já enfrentou o futuro sogra, cutuca a iniciativa: “Tem crente que faz coisa muito pior que a gente. Só que eles fazem escondido, né?”
Fonte: Foto ilustrativa
Autor: Da redação