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Sexta-feira, 29 de março de 2024

Saúde

08/05/2017 09:33:37

MPF promove reunião e pede respeito a indígenas no Hospital Regional de Vilhena

Secretário apontou desvios da administração anterior

O Ministério Público Federal acatou queixas de povos indígenas da região de Vilhena, na divisa do Estado de Rondônia com Mato Grosso, e advertiu a direção do Hospital Regional para que evite preconceitos em relação às vestimentas. Salvo exceções de homens e mulheres que há pelo menos quatro décadas começaram a usar calças compridas e camisetas que ganharam de presente e depois compraram em lojas, ainda é comum indígenas vestirem pouca roupa nesta parte da Amazônia Ocidental Brasileira. 

Na região de Vilhena vivem 2,5 mil indígenas aldeados e aproximadamente 320 na cidade.

No Brasil em que mais estranho é índio de paletó do que vestido com a tanga tradicional há séculos, a medida tomada pelo MPF visou inicialmente melhorar a maneira como servidores do Hospital Regional de Vilhena atendem aqueles que, muitas vezes, não usam “roupa de branco”.

A reunião com responsáveis pelas Casas de Saúde Indígena (Casais) e autoridades locais deliberou pela necessidade de palestras aos profissionais do setor. “Para que tenham conhecimento a respeito da realidade da vida indígena”.

Aos indígenas foi esclarecido que o atendimento básico é feito pelas Casais, inclusive com visitas de equipes nas aldeias. O que ultrapassa o atendimento básico é de competência do Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo o secretário de saúde, na administração anterior houve “desvio de finalidade de recursos destinados à saúde indígena”, o que resultou em prejuízos acima de R$ 700 mil. A situação está sendo investigada pelo MPF e os autores serão punidos.

Indígenas reclamaram da falta de medicamentos e exames nas unidades de saúde. A prefeitura informou que dentro de três meses oferecerá uma unidade de atendimento especializado, com equipamentos para fazer ultrassom.

Marco Aurélio Vasques, titular da Semus, Vasquez também esclareceu que planos de trabalho somando até R$ 80 mil serão executados e que já há recursos disponíveis.

FALTAM ENFERMEIROS
Atualmente há mais de 40 pacientes indígenas aguardando esses exames e também de mamografia e acompanhamento ginecológico às mulheres indígenas. As Casais não dispõem de técnicos de enfermagem suficientes, contando apenas com 80 leitos e já chegaram a ter 240 pacientes internados.

O vice-prefeito de Vilhena, Darci Cerutti (DEM) recebeu ofício solicitando a coleta semanal de lixo, inclusive nas aldeias, e a pavimentação dos acessos. Nos dias 18 e 19, prefeitos do Cone Sul programarão esse atendimento.

A prefeitura de Vilhena está mudando a Central de Regulação, estimando melhora na marcação de exames e consultas. Espera-se, ainda, a regularização da coleta de lixo infectante e a limpeza hospitalar. A compra de medicamentos foi autorizada, com a liberação de R$ 1,3 milhão, que também atenderá à contratação de mais 22 médicos, a fim de adequar as escalas do Hospital Regional.

A precariedade de estradas de acesso às aldeias causa a perda de frutas que seriam comercializadas na feira em Vilhena. A prefeitura comprometeu-se a lhes destinar uma barraca.

Participaram da reunião representantes de diversas etnias da região de Vilhena; o procurador da República Leandro Musa de Almeida, que coordenou a reunião; o vice-prefeito, Darci Cerutti; o secretário municipal de Saúde, Marco Aurélio Blaz Vasques; representantes das unidades da Funai em Cacoal e Vilhena; representantes do Distrito Sanitário Indígena e do polo base de Vilhena.





Fonte: Reprodução
Autor: Expressão Rondônia

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