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Geral

11/04/2011 09:43:49

Irmãos acusam policiais de “depenar” veículo sob a guarda do 3º Batalhão

Preso sob a acusação de tráfico de entorpecentes em outubro de 2009, o mototaxista Antônio Roberto dos Santos, de 41 anos, teve na época dois veículos apreendidos, sendo uma moto Yamaha YBR 125 com placa de Vilhena (NDG 2540), na qual trabalhava, e uma caminhonete F1000, também com placa de Vilhena (KBA 2719).

 

Segundo Antônio, a picape teria sido adquirida em sociedade com o pai, Valdeque Alves dos Santos, e o irmão, Edson dos Santos. De acordo com Antônio, ainda faltam duas parcelas, que totalizam R$ 900, para serem pagas da caminhonete.

 

No mesmo mês da prisão, o judiciário destinou os veículos de Antônio, que haviam sido apreendidos, para uso provisório do 3º BPM, no caso da F1000. Já a moto foi destinada para uso da Associação Trindade Santa. Desde então, os veículos ficaram sendo usados e sob a tutela dessas instituições.

 

Antônio foi condenado, cumpriu sua pena. No inicio deste mês, no dia 4 de abril, como mostram os ofícios nº 1597/2011 e o nº 1599/2011, expedidos pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Vilhena, foi determinada a devolução dos dois veículos.

 

De posse dos ofícios, Antônio e o irmão foram até aos locais indicados nos documentos os veículos. De acordo com o ofício, a moto deveria ser retirada na Delegacia de Polícia Civil (DPC). No entanto, a motocicleta não foi encontrada no local e ninguém sabia informar ao certo onde ela estava.

 

Os irmãos se dirigiram então para o Quartel do 3º Batalhão de Polícia Militar (3º BPM), onde o documento de devolução rezava que estaria o veículo F1000. De fato, o veículo estava lá, mas só parte dele, visto que faltavam várias peças, incluindo o motor.

 

Junto com a F1000, no pátio do 3 BPM, estava a motocicleta, também em péssimo estado de conservação, e segundo os irmãos, com o motor fundido.

Antônio relatou que seu irmão tentou fotografar o veículo, mas foi impedido por uma senhora que os acompanhava. Segundo Antônio, essa senhora, cujo nome  nenhum dos irmãos soube dizer, teria dito que “aqui é a minha casa, aqui sou eu que mando”, e os teria mandado irem embora.

  

De acordo com informações do Tenente-Coronel Francisco Aclaíldo de Souza, comandante do 3º BPM, os veículos estavam sob cautela da Polícia Militar por determinação do Judiciário, como é de praxe nos casos que envolvem tráfico de entorpecentes. Sobre a situação do veículo F1000, o comandante disse que, por se tratar de um veículo velho, apresentou problemas no motor, que foi retirado para que fossem feitos os reparos necessários e, tão logo fossem concluídos, seria recolocado no veículo.

 

Mas, com a decisão da justiça de devolver os veículos ao proprietário, o conserto não será mais realizado e o dono terá que recebê-lo no estado em que se encontra. Quanto à motocicleta, que deveria ser entregue a Antônio na DPC e estava no pátio do 3º BPM, uma vistoria já foi feita.

 

Com relação ao episódio onde uma policial impediu que Edson fotografasse o carro, a posição do comando é que a Militar agiu corretamente, uma vez que a autorização era explícita para vistas no carro e não para que o mesmo fosse fotografado.

 

Segundo Antônio, seu veículo foi saqueado. Ele alega que o motor de outro carro é que fundiu e que o de sua picape teria sido retirado e montado neste outro veículo.

   

De acordo com o comandante Aclaíldo, mesmo no estado que estão os veículos, o proprietário deve levá-los o quanto antes, tendo em vista que o Batalhão não tem mais a tutela deles. “Isso não tira o direito do proprietário de entrar com uma ação indenizatória contra o estado e exigir ressarcimento por eventuais prejuízos que ele julgue ter tido”, disse o comandante.





Fonte: FS
Autor: Rogério Perucci

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