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Covid-19

22/05/2012 09:35:24

APÓS QUATRO ANOS...

A imagem de Aesha Mohammadzai correu o mundo após a afegã, então com 18 anos, aparecer na capa da revista “Time” com o nariz decepado e orelhas mutiladas escondidas sob o longo cabelo preto, em agosto de 2010.
Quatro anos depois de ter sido torturada e abandonada nas montanhas para morrer pelo marido por tentar escapar do casamento forçado, a jovem tenta reconstruir a vida nos Estados Unidos, onde ganhou asilo político em 2011.
Reportagem da CNN nesta segunda (21) afirma que Aesha chegou ao país sem falar uma palavra em inglês e analfabeta na sua língua materna. Desde então, vem se submetendo a cirurgia para receber uma prótese de nariz e recebendo a educação negada a mulheres no seu país sob o Talibã.
Mas são as marcas psicológicas que têm sido mais difíceis de superar. A cirurgia plástica de reconstrução do nariz tem sido adiada porque os médicos acreditam que ela não está ainda emocionalmente estável para se submeter a um procedimento doloroso.
“Eu realmente espero que em algum momento ela se torne uma jovem ativa que apenas passou por um terrível trauma”, diz o psicólogo Shiphra Bakhchi, que vem tratando da afegã.
Quando Aesha tinha 12 anos, seu pai prometeu ela em casamento a um membro do Talibã para pagar uma dívida. Ela foi viver com a família do noivo, que a abusava e a forçava a dormir num estábulo com animais.
As Nações Unidas estimam que cerca de 90% das mulheres afegãs sofram com violência doméstica.
Quando tentou fugir, Aesha foi pega pelo marido e teve o nariz e orelhas cortadas por ele como castigo. “Eu abri meus olhos e não podia nem ver o que tinha ocorrido porque estava coberta de sangue”, contou ela à CNN.
Ferida, ela conseguiu caminhar até a casa do avô e o pai a levou até uma unidade médica americana, onde ela foi tratada durante dez semanas. Em seguida, Aesha foi levada a um abrigo em Cabul e, em agosto de 2010, voou para os EUA, onde primeiro viveu numa organização chamada Mulheres pelas Mulheres Afegãs.
Mas alterações de humor e crises em que a jovem chegava a bater a própria cabeça no chão levaram a instituição a encaminharem ela a uma família adotiva em Fredrick, Maryland, onde ela está se adaptando melhor à nova vida.
Durante os primeiros anos nos EUA, Aesha recebeu uma prótese no nariz, mas o médico que a trata diz que esperam dar à afegã uma “solução permanente”. Entre os procedimentos possíveis, está a reconstrução do nariz e orelhas usando ossos, tecidos e cartilagens de outras partes do corpo.





Fonte: G1

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