Exclusivo: contador que viu pistoleiros executando pedreiros faz revelações
O FOLHA DO SUL ON LINE conseguiu conversar, por telefone, com o contador Dagoberto Moreira (FOTO), em cuja casa dois pedreiros foram executados a tiros na manhã da última quarta-feira, 26. Uma dupla chegou ao local disparando contra as vítimas, que receberam também tiros a queima-roupa na cabeça.
Três suspeitos foram detidos no dia seguinte ao crime, e um deles, o jovem identificado como Elmo Costa Rodrigues, 19 anos, já assumiu que participou do duplo homicídio. Em sua companhia estavam também Edson Angello, 46 anos, José Cláudio da Silva, 41, ambos ouvidos na DPC. O primeiro foi liberado por falta de provas e o outro, que havia fugido da Colônia Penal de Vilhena, após se livrar de uma tornozeleira de monitoramento, foi mandado de volta à unidade prisional.
Falando de uma cidade do Mato Grosso, para onde foi com toda a família, incluindo os pais, Dagboberto disse que atendeu um pedido da própria polícia. “Me falaram para deixar a cidade, pois existem informações de que os bandidos que invadiram a minha casa pretendem terminar o serviço”, revelou.
O contador assumiu que o alvo da ação dos criminosos era mesmo ele. E a motivação para seu assassinato seria uma questão agrária. Dagboberto disse já ter conhecimento de que o objetivo de quem havia mandado matá-lo era invadir sua fazenda de 2 mil hectares, que fica a 70 km de Vilhena. “Depois de me matarem, eles iam dividir e vender a terra”.
Moreira garante que não conhece Elmo, o rapaz que confessou ter ajudado a matar os pedreiros. Mas diz ter informações de que um outro pistoleiro havia sido contratado em Cuiabá (MT). O matador, que está foragido, teria ajudado Elmo a executar as vítimas.
O pistoleiro teria sido contratado por um rapaz chamado Wagner, que seria filho de Edson, o homem que foi detido e liberado pela polícia. “Antes do crime houve uma reunião na casa dele e estavam presentes todos os envolvidos neste caso”, diz Dagoberto.
O contador também revela que, por trás das mortes estaria “o financiador”, ou seja, a pessoa que teria colocado dinheiro na empreitada e que seria o maior interessado em comprar a fazenda que seria grilada. O nome deste mandante ainda está sendo mantido em sigilo.
COMO FOI?
Dagoberto contou com exclusividade ao FOLHA DO SUL ON LINE como foi a invasão de sua casa. Segundo ele, os dois matadores chegaram armados e, ao encontrarem os pedreiros, acabaram disparando contra eles. “Provavelmente eles não tinham muita informação sobre mim”, avalia.
Conforme o alvo dos pistoleiros, em sua companhia, no escritório que fica nos fundos da casa, havia mais duas pessoas. Elmo e o comparsa também teriam tentado matá-los, chegando a disparar três tiros, mas sem ferir ninguém.
Dagoberto diz que foram 12 disparos feitos na residência: 6 mataram o pedreiro Valdir Alves, 44 anos, e outros 3 atingiram Odail Ferreira de Proença, 35, conhecido como “Nego”, que também morreu na hora. As três munições das armas foram usadas contra Dagoberto e os outros dois que estavam no escritório. “Só não morremos porque os assassinos ficaram sem balas”, avalia.
Fonte: FS
Autor: Da redação