Com alta no preço, consumidor troca carne de primeira pela de segunda, mas mantém consumo no Cone Sul
Dono de supermercado diz que a alta no preço da carne bovina foi de 20%
Desde outubro, a população do Cone Sul, assim como o povo brasileiro em geral, tem visto uma escalada no preço da carne bovina. A arroba do boi gordo, unidade de medida que é a referência do setor, saltou de R$ 140 para quase R$ 180, pago pelo frigorífico JBS Friboi, em Vilhena. No entanto, atualmente o preço deu uma recuada, para perto de R$ 160.
Com o preço mais alto, era de se esperar uma diminuição no consumo na região sul de Rondônia. Mas não é o que ocorreu, segundo o empresário Vanderlei Betoni, dono de um supermercado em Cerejeiras. “Não tivemos queda no consumo da carne bovina. O que notamos foi uma diminuição na venda da carne de primeira e um aumento na venda da de segunda”, disse o empresário.
Ainda de acordo com o varejista, o preço da carne bovina não subiu tanto assim como se diz. “O preço subiu, no máximo, uns 20% no pico da alta. Nós não repassamos toda a alta dos fornecedores para o consumidor. Neste fim de ano, o preço vai ser mais alto apenas uns 10%”, diz Betoni. E garante: “O barulho que se faz nas redes sociais não condiz com a nossa realidade aqui”, diz.
O pecuarista Walter Conti, também de Cerejeiras, afirma que o período de euforia no preço da carne bovina não é sustentável. “Não é bom um preço valorizado demais, pois daí estimula o consumidor a procurar outra proteína. Este preço alto não se sustenta por muito tempo”, disse.
Dentre os motivos para o alto preço da carne bovina, estão os seguintes: o aumento do consumo chinês, a estiagem no Brasil e a elevação do consumo por conta das festas de fim de ano. Segundo afirmam os analistas, todas essas circunstâncias são passageiras.
Fonte: Folha do Sul
Autor: Rildo Costa