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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Cotidiano

06/08/2020 10:11:00

Aos 87 anos e morando em SC, empresária pioneira em Vilhena leva otimismo a praias sulistas durante pandemia

 
“É uma forma de animar quem está meio aborrecido”, diz dona Ursula Dal Toé
 
Quem passa logo cedo pela praia central de Balneário Camboriú (SC) possivelmente já reparou nas mensagens deixadas na areia por Ursula Hahe Dal Toé, de 87 anos. Todas a manhãs, a idosa sai para caminhar com o rastelo na mão. Além das pegadas, vai deixando para trás um “bom dia” e algumas palavras de fé, como “Jesus te ama”, “paz, bem e saúde” e “orai e vigiai”.
 
Com a pandemia, a catarinense adaptou o recado: agora, vez ou outra, surge um “fora Covid-19”, “tudo vai passar” e “o Brasil é de paz”. Todas as frases são escritas antecipadamente em um papel que ela tira do bolso e consulta
 
— Eu levo bem certinho no papel para não esquecer, senão as pessoas me corrigem se escrevo errado. Aos 87 anos os neurônios já estão mais enferrujados, ainda mais com a maresia — diz aos risos.
 
Dona Ursula, como é conhecida, não se recorda exatamente quando começou a escrever na areia, mas calcula que a rotina é repetida há mais de dez anos. Ela vive no litoral catarinense há 18, após mais de duas décadas morando em Vilhena (Rondônia), onde estão dois dos três filhos. Um deles morreu jovem em um acidente de avião.
 
A família Dal Toé, pioneira em Vilhena, atua nos segmentos hoteleiro, imobiliário e no agronegócio, além de ser dona da franquia O Boticário.
 
Viúva há mais de 30 anos, Ursula sempre teve o desejo de voltar a Santa Catarina. Nascida e criada no Oeste, preferiu se instalar de frente para o mar. Do 27° andar do prédio onde reside, enxerga as letras garrafais que deixa na areia.
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— É uma forma de animar quem está meio aborrecido. Esses dias uma moça disse que acordou triste e quando viu pela janela o meu bom dia lá embaixo ficou mais animada. Poxa, valeu meu dia ouvir aquilo — comemora. Os que flagram a ação da idosa muitas vezes param para conversar e desabafar sobre os problemas da vida. Como uma mãe (ou avó), Ursula oferece um ombro amigo e os ouvidos para acolher todas as histórias. 
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A caminhada é feita sem pressa e às vezes dura mais de duas horas por causa das paradas e prosas. Com o distanciamento exigido por conta do coronavírus, os bate-papos estão menos frequentes, mas a caminhada (com o uso de máscara) continua.
 
— Dá vontade de escrever “fora, máscara”, eu odeio usar — revela em tom divertido.
 
O anonimato já fez os garis da cidade receberem a fama pela autoria das frases. Dona Ursula não se importa, o que quer mesmo é levar a positividade aos demais. Esses dias, porém, recebeu um conselho que deve adotar: o de assinar cada mensagem. Agora todos saberão quem está por trás da dose matinal de simpatia.
 
 
 




Fonte: NSC Total
Autor: Da redação

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