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Sexta-feira, 17 de maio de 2024

Geral

21/02/2022 10:17:00

Conheça a história do estudante cego de Corumbiara que escreve e lê em braile e tem um sonho na vida: “quero ser plantador de soja”

 
Wemerson tem 15 anos e é cego de nascença por causa de uma doença grave
 
O estudante Wemerson Batista de Assis, de 15 anos de idade, é cego de nascença. Acometido por uma enfermidade fetal chamada toxoplasmose (popularmente conhecida como “doença de gato”), o garoto perdeu 100% da visão. “Só vejo um vulto claro se for durante o dia e um vulto escuro se for à noite”, diz.
 
Wemerson mora com a mãe, três irmãos e o padrasto na Linha 1, do 4º para o 3º eixos, no município de Corumbiara – embora estude em Cerejeiras.
 
 Ciléia Batista de Oliveira, a mãe do estudante, conta que quando ele nasceu, ela não percebeu de imediato a deficiência. “Depois, quando foi crescendo, percebi que ele ficava procurando com os olhos quando a gente chamava o nome dele. Então levei ao médico e foi constatada a cegueira”, diz a dona de casa.
 
Mesmo diante das limitações, o garoto vive uma vida mais perto da normalidade possível. “Gosto de ser considerado como uma pessoa normal, com a única exceção de que não enxergo”, ele diz.
 
Wemerson estuda o 9º ano na escola Castro Alves, em Cerejeiras. A instituição estadual de ensino disponibilizou para ele livros em braile e uma máquina de escrever também na linguagem em alto relevo. “Mas sonho em comprar uma maquina de escrever em braile para mim, só que  é muito caro”, revela o estudante.
 
Sobre a forma como encara a deficiência visual, o garoto é taxativo. “Todo mundo tem problema e tem muita gente pior que eu. Temos que olhar esse lado”, diz. E garante: “apesar de não enxergar, eu me considero uma pessoa feliz”.
 
Como qualquer pessoa normal, Wemerson tem sonhos. “Quero ser plantador de soja”, diz.
 
A paixão do garoto pelo grão começou quando criança. “Eu tropecei numas plantas e perguntei para a minha mãe o que era. Ela falou que era soja e eu peguei na mão. Aí me apaixonei”, diz o garoto, que gosta também de comer farofa feita a partir do grão.
 
O estudante mora perto de uma lavoura da oleaginosa e escuta – ele tem uma audição mais acurada que uma pessoa que enxerga – os maquinários trabalhando na lavoura. “Aquele barulho é de uma carreta. Aquele outro é de uma bazuca”, conta, acertando todas as indicações.
 
Morando em dez alqueires de terra da família, onde o padrasto se dedica ao gado e aos cavalos que pega para domar, a reportagem quis saber como ele vai conseguir adquirir uma propriedade para plantar soja. “Tenho que arrumar um plano para conseguir dinheiro antes, mas ainda não consigo saber como”, diz o estudante.
 
 
 
 




Fonte: Folha do Sul
Autor: Rildo Costa

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