Em cidade da região, fazendas vão a leilão por R$ 315 milhões para pagar vítimas de fraude
Áreas usadas em “pirâmide financeira”
ficam em Comodoro
As fazendas que pertencem à massa
falida “Boi Gordo”, em Comodoro (MT), cidade a 110 km de Vilhena, vão a leilão
novamente nos próximos dias 21 e 29 deste mês. No ano passado, as terras foram
arrematadas, mas o leilão acabou anulado. A área foi dividida em 31 lotes. O
processo de falência tramita na 1ª Vara Cível do Foro Central da Comarca de São
Paulo. A empresa decretou falência em 2004.
Com a venda das fazendas, os mais de
32 mil credores da empresa poderão reaver o dinheiro investido, no caso que
ficou conhecido no Brasil como um dos maiores episódios de falência envolvendo
pirâmides financeiras.
O leilão deve ser realizado em duas
etapas. No dia 21, serão ofertados 131 mil hectares, com lance inicial de R$
315 milhões. Segundo a Lut Leilões, o valor já apresenta deságio de 40% em
relação ao valor de avaliação.
Já no dia 29, caso não haja lances
para a aquisição única de todas as fazendas que a compõem, ocorrerá o leilão
eletrônico e presencial das 31 fazendas, que possuem áreas de 3.000 a 8.000
hectares, além de dois lotes menores. Conforme a organizadora do leilão, todos
esses bens poderão ser adquiridos de forma individualizada nesta data.
Criada em 1988, a empresa Fazendas
Reunidas Boi Gordo iniciou em 1996 processo de abertura de investimentos em
animais. Era um sonho para investidores que receberiam, após 18 meses, o lucro
da venda do boi engordado com promessas de 42% de rendimento via certificados
de investimentos. Foram mais de 30 mil pessoas que investiram neste modelo
identificado como “pirâmide financeira”, que pagava contratos vencidos com
recursos de novos investidores.
Em 2001, a empresa pediu concordata,
uma vez que o dinheiro investido passou a ser direcionado para outros negócios
do fundador da empresa. Com uma despesa a pagar maior que a receita, a Boi
Gordo faliu em 2004.
Fonte: Aki tá Fácil
Autor: Da redação