MEDICMAIS SAÚDE: A epidemia oculta: saúde mental na era da Covid-19
Em tempos de coronavírus e seus desdobramentos, transtornos psicológicos como ansiedade e depressão representarão uma segunda onda de estragos à saúde
Ansiedade, depressão, entre outras enfermidades mentais estão sendo diagnosticadas durante a pandemia do novo coronavírus. Segundo um estudo da Universidad Complutense de Madrid (UCM), os profissionais de saúde nunca tiveram tanta demanda por seus serviços, neste momento em que o confinamento devido à quarentena está afetando a pelo menos 20% da população mundial.
A médica Rosângela Pitol, especialista em psiquiatria, concorda com os resultados do estudo espanhol. Ela aponta os motivos para a disparada de casos de transtornos em saúde mental, como depressão e ansiedade: “É necessário um hormônio neurotransmissor descontrolado para acarretar em diversos outros tipos de doenças ou transtornos, seja de quem não tinha enfermidades, seja de quem tinha propensão a ter, ou de quem já tinha e acentuou-se. O confinamento, o receio econômico, o medo de ser infectado, a preocupação com os mais próximos, tudo isso ativa o alerta de perigo. Nosso organismo responde ao perigo lançando algo como uma faísca, a ansiedade, que pode levar a tantos outros problemas".
O momento que vivemos é um período sem precedentes, então nada mais justo e sensato do que ouvir o que nos diz a biologia. “Quando estamos diante de uma ameaça à vida, ativamos o mecanismo de luta ou fuga”, resume a especialista. Esse mecanismo herdado dos nossos mais remotos antepassados se traduz hoje numa palavra corriqueira: estresse. Há milhares de anos, o homem das cavernas andava pelas savanas e encontrava uma fera no caminho, tinha que se decidir entre partir para cima ou sair correndo. Estresse na veia.
E é essa uma reação que deixa o organismo preparado para agir. O cérebro lança um comando para uma glândula que começa a produzir cortisol, o famoso hormônio do estresse. Isso, por sua vez, faz o coração disparar, com o objetivo de levar mais sangue para os músculos trabalharem. A respiração se acelera na tentativa de captar mais oxigênio. Estoques de energia são liberados para servir de combustível. Graças a esse sistema veloz e afinado, nossa espécie sobreviveu às adversidades.
Embora o medo tenha sua função biológica, a especialista revela o viés negativo, quando sai do controle em situações como essas: “Isso até então parece ser bom, mas quando esse mecanismo é acionado repetidamente, torna-se prejudicial ao nosso sistema imunológico aumentando a morte celular, os neurônios. Ou seja, a cada vez que nos estressamos ou entramos em estado de pânico, ou quando temos um estresse contínuo, estamos matando os nossos neurônios", explica.
O problema é que o inimigo de 2020 não tem rosto, nem dá pra fugir dele: como pode estar em qualquer lugar, representa um perigo permanente, o que dispara o gatilho da tensão a todo instante. “Em paralelo ao coronavírus, vemos surgir uma pandemia de medo e estresse”, interpreta a médica. Eis o começo de uma jornada mental, que pode desembocar em ansiedade, depressão... Afinal, lidamos com uma doença em que a única medida realmente confiável para conter o avanço e diminuir o impacto nos sistemas de saúde é o isolamento social.
Motivos para o estresse nesse período então não faltam. A questão é que a ansiedade que promove o estresse pode levar a depressão, conforme ressalta a especialista. “A depressão está relacionada ao descontrole nos neurotransmissores devido a traumas e acontecimentos que causam estresse. As chances da ansiedade se tornar uma depressão quando ela é contínua ou acentuada, está relacionado aos fatores genéticos e possibilidades de acordo com o tipo de vida do indivíduo. O comportamento é o melhor mecanismo para não deixar chegar a esta doença".
Além disso, pessoas que já possuem diagnósticos de quadros clínicos depressivos e outros transtornos, podem ter seus efeitos agravados na pandemia: “Todos esses fatores podem prejudicar quem já possui o diagnóstico e também pode levar a depressão quem já tem propensão a ela. Transtornos como claustrofobia podem ser acentuados com a condição de permanecer em ambientes fechados, sendo necessário que esses indivíduos possam buscar o meio externo mais vezes, assim como, tratamentos que incluem um melhor controle mental, respiração entre outros métodos que controlem a ansiedade", afirma a especialista.
Para pacientes com TOC (Transtorno obsessivo-compulsivo) e TDAH (Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) a situação da pandemia pode potencializar os sintomas: Muitas doenças, transtornos e síndromes são relacionadas à ansiedade, sejam doenças em que ela é o fator principal, ou doenças em que ela pode potencializar a ansiedade trazendo maiores consequências e levando a outras enfermidades.
Ajuda profissional em meio à crise - O número de procura pelos profissionais de saúde mental aumentou muito neste momento de pandemia. “Vivemos um momento em que a atenção para o comportamento torna-se redobrado e a necessidade de uma auto análise é crucial para evitar danos maiores em nossas vidas e das pessoas que amamos. Assim como de toda humanidade pois, se grande parte das pessoas não estão bem, elas não serão produtivas e não farão o que é bom e necessário para a sociedade que fazemos parte. Num comboio social em que, um precisa do outro de alguma maneira, precisamos cuidar uns dos outros".
A médica Rosângela Pitol realiza atendimentos em psiquiatria na MedicMais em Vilhena.
Para mais informações acesse: www.medicmaisvilhena.com.br ou chame no whatsapp 69 (99398 7393)
Ansiedade, depressão, entre outras enfermidades mentais estão sendo diagnosticadas durante a pandemia do novo coronavírus. Segundo um estudo da Universidad Complutense de Madrid (UCM), os profissionais de saúde nunca tiveram tanta demanda por seus serviços, neste momento em que o confinamento devido à quarentena está afetando a pelo menos 20% da população mundial.
A médica Rosângela Pitol, especialista em psiquiatria, concorda com os resultados do estudo espanhol. Ela aponta os motivos para a disparada de casos de transtornos em saúde mental, como depressão e ansiedade: “É necessário um hormônio neurotransmissor descontrolado para acarretar em diversos outros tipos de doenças ou transtornos, seja de quem não tinha enfermidades, seja de quem tinha propensão a ter, ou de quem já tinha e acentuou-se. O confinamento, o receio econômico, o medo de ser infectado, a preocupação com os mais próximos, tudo isso ativa o alerta de perigo. Nosso organismo responde ao perigo lançando algo como uma faísca, a ansiedade, que pode levar a tantos outros problemas".
O momento que vivemos é um período sem precedentes, então nada mais justo e sensato do que ouvir o que nos diz a biologia. “Quando estamos diante de uma ameaça à vida, ativamos o mecanismo de luta ou fuga”, resume a especialista. Esse mecanismo herdado dos nossos mais remotos antepassados se traduz hoje numa palavra corriqueira: estresse. Há milhares de anos, o homem das cavernas andava pelas savanas e encontrava uma fera no caminho, tinha que se decidir entre partir para cima ou sair correndo. Estresse na veia.
E é essa uma reação que deixa o organismo preparado para agir. O cérebro lança um comando para uma glândula que começa a produzir cortisol, o famoso hormônio do estresse. Isso, por sua vez, faz o coração disparar, com o objetivo de levar mais sangue para os músculos trabalharem. A respiração se acelera na tentativa de captar mais oxigênio. Estoques de energia são liberados para servir de combustível. Graças a esse sistema veloz e afinado, nossa espécie sobreviveu às adversidades.
Embora o medo tenha sua função biológica, a especialista revela o viés negativo, quando sai do controle em situações como essas: “Isso até então parece ser bom, mas quando esse mecanismo é acionado repetidamente, torna-se prejudicial ao nosso sistema imunológico aumentando a morte celular, os neurônios. Ou seja, a cada vez que nos estressamos ou entramos em estado de pânico, ou quando temos um estresse contínuo, estamos matando os nossos neurônios", explica.
O problema é que o inimigo de 2020 não tem rosto, nem dá pra fugir dele: como pode estar em qualquer lugar, representa um perigo permanente, o que dispara o gatilho da tensão a todo instante. “Em paralelo ao coronavírus, vemos surgir uma pandemia de medo e estresse”, interpreta a médica. Eis o começo de uma jornada mental, que pode desembocar em ansiedade, depressão... Afinal, lidamos com uma doença em que a única medida realmente confiável para conter o avanço e diminuir o impacto nos sistemas de saúde é o isolamento social.
Motivos para o estresse nesse período então não faltam. A questão é que a ansiedade que promove o estresse pode levar a depressão, conforme ressalta a especialista. “A depressão está relacionada ao descontrole nos neurotransmissores devido a traumas e acontecimentos que causam estresse. As chances da ansiedade se tornar uma depressão quando ela é contínua ou acentuada, está relacionado aos fatores genéticos e possibilidades de acordo com o tipo de vida do indivíduo. O comportamento é o melhor mecanismo para não deixar chegar a esta doença".
Além disso, pessoas que já possuem diagnósticos de quadros clínicos depressivos e outros transtornos, podem ter seus efeitos agravados na pandemia: “Todos esses fatores podem prejudicar quem já possui o diagnóstico e também pode levar a depressão quem já tem propensão a ela. Transtornos como claustrofobia podem ser acentuados com a condição de permanecer em ambientes fechados, sendo necessário que esses indivíduos possam buscar o meio externo mais vezes, assim como, tratamentos que incluem um melhor controle mental, respiração entre outros métodos que controlem a ansiedade", afirma a especialista.
Para pacientes com TOC (Transtorno obsessivo-compulsivo) e TDAH (Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) a situação da pandemia pode potencializar os sintomas: Muitas doenças, transtornos e síndromes são relacionadas à ansiedade, sejam doenças em que ela é o fator principal, ou doenças em que ela pode potencializar a ansiedade trazendo maiores consequências e levando a outras enfermidades.
Ajuda profissional em meio à crise - O número de procura pelos profissionais de saúde mental aumentou muito neste momento de pandemia. “Vivemos um momento em que a atenção para o comportamento torna-se redobrado e a necessidade de uma auto análise é crucial para evitar danos maiores em nossas vidas e das pessoas que amamos. Assim como de toda humanidade pois, se grande parte das pessoas não estão bem, elas não serão produtivas e não farão o que é bom e necessário para a sociedade que fazemos parte. Num comboio social em que, um precisa do outro de alguma maneira, precisamos cuidar uns dos outros".
A médica Rosângela Pitol realiza atendimentos em psiquiatria na MedicMais em Vilhena.
Para mais informações acesse: www.medicmaisvilhena.com.br ou chame no whatsapp 69 (99398 7393)
Fonte: Foto: Divulgação
Autor: Assessoria