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Domingo, 28 de abril de 2024

Política

20/12/2016 15:16:59

“Eu não votei na Rosani”, diz autor de projeto beneficiaria ex-prefeito Melki Donadon

O projeto de Francis Godoy está nas comissões para análise

Durante a última sessão ordinária deste ano da Câmara Municipal de Vilhena, realizada nesta terça-feira, 20, o vereador e pastor evangélico Francis Godoy (PSC), tentou justificar a autoria do projeto que modifica a Lei da “Ficha Limpa Municipal”, acrescentando nas alíneas “a” e “b”, inciso II, do Artigo 1º, a não aplicabilidade quando possível a substituição de pena pelos crimes contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público e pelos crimes eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade.  

A norma em vigor não abre qualquer tipo de exceção, pois segue à risca a “Ficha Limpa” nacional, que barra as nomeações por condenações em segunda instância e estabelece os tipos específicos de crimes abrangidos pela lei. No entanto, pela proposta defendida por Godoy e corroborada pelos vereadores Ernando Lucena (PTB), Vera da Farmácia (PMDB), Édio do Terraçus (PP) e Leninha do Povo (PTB), caso o condenado possa substituir a pena recebida por uma alternativa, como o pagamento de multa ou serviços comunitários, ele poderia assumir função pública. Entenda aqui.

Em seu discurso hoje, Godoy negou que o projeto tenha o objetivo de beneficiar o ex-prefeito Melki Donadon. “Não votei na Rosani Donadon, eu votei no Japonês, e se tivesse que votar de novo eu votaria nele novamente”, disse Godoy e continuou: “Sou um homem de caráter, o meu posicionamento é sério, muito sério. Nesta Casa eu entrei com muita seriedade e vou sair daqui com a minha cabeça levantada; não estou aqui [para coisas] como a gente ouve nos corredores: ‘Quem vai ser o presidente? Como nos vamos negociar?’ Não existe negociação comigo, meu companheiro, o que existe é a palavra séria”, bradou. 

Godoy se dirigiu as vereadoras Vera da Farmácia e Leninha do Povo, que continuarão em 2017, e disse que elas não erraram ao apoiar o projeto. O vereador pastor disse ainda, se dirigindo a Vera da Farmácia: “Espero que você seja uma tropa de choque, mas uma tropa de choque que impeça que os bandidos tomem conta da Câmara”, e finalizou dizendo que os suplentes que assumiram fazem mais parte da história do que os que ficaram oito anos e saíram direto para a cadeia. 

Após e sessão, o vereador falou com a imprensa e destacou que o projeto não retira nada do texto original. Segundo Godoy, a nova redação da lei traz algumas adequações que a tornam mais justa. No entanto, para aqueles que sofreram condenação por desvio de recurso público e que não dispõem de certidão do Tribunal de Contas, nada muda, continuarão sem poder assumir cargos púbicos. É justamente essa, segundo aliados do próprio Melki, a situação do ex-prefeito.





Fonte: Folha do Sul
Autor: Rogério Perucci

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