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Domingo, 19 de maio de 2024

Política

07/05/2024 08:52:00

Dívida da prefeitura de Vilhena com a Energisa, que era de R$ 42 milhões em 2019 e não foi negociada, hoje chega a R$ 120 milhões

 
Câmara de Vereadores vai votar hoje autorização para acordo
 
Em meio à análise de matérias importantes que estão na pauta da sessão da Câmara de Vereadores de Vilhena a ser realizada nesta terça-feira, 07, como o empréstimo de R$ 35 milhões que o município pretende contrair, está a discussão sobre outro valor astronômico.
 
Os parlamentares terão que votar e decidir se autorizam a prefeitura a fazer acordo com a empresa Energisa em torno de uma dívida já confirmada de R$ 3 milhões. Existe a possibilidade de o total cair para R$ 1,9 milhão, e parcelado, caso a Câmara referende o acordo.
 
A dívida total do município com a empresa de distribuição de energia chega a cerca de R$ 120 milhões atualmente. Esses débitos começaram de 1993 e foram até 2016, relativos a dívidas de energia elétrica e a Cosip do ano de 2018.
 
Os débitos estão sendo cobrados na justiça, que já emitiu precatório deste ano no valor de mais de R$ 10 milhões. Para 2025 está previsto o pagamento de outro título judicial de aproximadamente R$ 15 milhões, valor que inclusive será atualizado.
 
Em 2019, o então prefeito de Vilhena, Eduardo Japonês chegou a apresentar um acordo com a Energisa. Na época, a dívida do município com a empresa era de R$ 85 milhões, mas a companhia aceitou reduzir o montante para R$ 42 milhões divididos em 225 parcelas.
 
Na época, um representante da Energisa esteve em Vilhena para negociar o acordo, mas acabou sendo ofendido por algumas pessoas, que consideravam a proposta prejudicial para a cidade, e com isso, abandonou as negociações.
 
CÂMARA FOI CONTRA
Um dos vereadores da época que se manifestaram para que o acordo fosse analisado melhor foi Samir Ali (MDB), hoje na presidência da Câmara. Procurado pelo FOLHA DO SUL ON LINE, Ali explicou que não barrou a proposta, mas os vereadores precisavam entender melhor a negociação (VEJA AQUI)
 
O parlamentar explica que chegou sugerir que um “perdão” dado pelo município a uma dívida que a Energisa deveria pagar para a prefeitura fosse investigado. Segundo Ali, o débito em favor do município simplesmente sumiu, enquanto o valor devido à Energisa permaneceu e foi até corrigido.
 
Eram tantos questionamentos que o então presidente da Câmara, Ronildo Macedo, convenceu Japonês a retirar o projeto da Casa. “Tentamos várias vezes manter o acordo, mas a Energisa não quis mais saber depois daquele incidente. Parou tudo. Se o acordo tivesse sido autorizado pela Câmara, o município pagaria a metade do valor e a empresa ainda investiria em iluminação de Led na cidade, o que reduziria muito a conta de energia”, disse Japonês, acrescentando que chegou a pedir desculpas pelas ofensas ao executivo da Energisa (CONFIRA AQUI).
 
“Esse acordo foi uma das coisas que eu lamentei não ter deixado, porque teria sido extremamente vantajoso. Na época, teve vereador que chegou a dizer que eu tava levando dinheiro. Travou tudo e todo mundo saiu perdendo”, finalizou o ex-prefeito.
 
O QUE DIZ O ATUAL PREFEITO
No comando do município desde o ano passado, e “herdeiro” da dívida milionária que terá que começar a pagar, o atual prefeito de Vilhena, Delegado Flori (Podemos), comentou a situação.
 
“Naquela época interessava para a empresa uma negociação, uma vez que já havia decisões judiciais de segundo grau (com um alto grau de confiabilidade de existência da dívida), mas não havia trânsito em julgado”, iniciou o mandatário.
 
“Agora há trânsito em julgado e a expedição dos precatórios de alto valor é iminente. No novo regime de pagamento de precatório, chegando o ofício do tribunal até 02 de abril, é obrigatório o pagamento até o final do orçamento seguinte”, continuou.
 
“Hoje a Energisa tem pouco interesse em fazer acordo. Conversei com o presidente da empresa em Rondônia e ele não sinalizou nada. Sabe que a prefeitura tem de pagar. Outra coisa: ano passado o total dos precatórios deu em torno de R$ 4 milhões. Esse valor é a média histórica. Esse ano foi para R$ 16 milhões. Só com a Energisa já para esse ano são mais de R$ 10 milhões em precatórios. É lamentável que o acordo tão bem montado pelo ex-prefeito Japonês tenha sido barrado na Câmara por motivos pequenos e tenha sido deixado de lado pelos parlamentares que trouxeram esse prejuízo milionário para a cidade pagar”, finalizou Flori.
 
 




Fonte: Folha do Sul
Autor: Da redação

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